A dúvida sobre beber água antes de dormir é comum e não tem resposta única. Médicos costumam explicar que o efeito varia conforme a quantidade ingerida, o horário e as condições de saúde de cada pessoa. Para quem passa o dia inteiro hidratando mal, um copo pequeno pode evitar sede intensa durante a madrugada. Para outros, especialmente quem já acorda à noite para urinar, o hábito tende a atrapalhar o descanso.
Durante o sono, o corpo segue ativo. A circulação continua, os rins filtram o sangue e os músculos se recuperam. Nesse contexto, a hidratação precisa ser suficiente para não gerar desconfortos, mas moderada para não estimular despertares frequentes. É essa linha fina que orienta a maioria das recomendações clínicas.
Quando um copo pequeno pode ser útil
Beber um copo pequeno de água pouco antes de deitar pode ajudar pessoas que acordam com a boca seca ou sentem sede no meio da noite. A hidratação leve contribui para evitar a desidratação silenciosa que ocorre ao longo das horas de sono, especialmente em ambientes secos.
Outro possível benefício está relacionado às cãibras noturnas. Quem passa o dia consumindo pouca água pode sentir o efeito justamente no período de repouso, principalmente nas pernas. Nesses casos, a hidratação adequada ao longo do dia, com um pequeno reforço à noite, costuma reduzir o problema.
Há ainda impacto indireto na pressão arterial. Manter um nível adequado de líquidos ajuda a circulação e pode evitar quedas bruscas de pressão ao levantar durante a madrugada. O ponto central é não tentar compensar à noite tudo o que faltou durante o dia.
Quando a água passa a atrapalhar o sono
O problema começa quando o copo vira garrafa. Ingerir grandes volumes de líquido antes de dormir aumenta a produção de urina e eleva a chance de acordar várias vezes para ir ao banheiro. Cada despertar quebra ciclos do sono profundo e prejudica a recuperação do organismo.
Esse efeito tende a ser mais evidente em idosos. Com o avanço da idade, alterações hormonais e da função renal favorecem a produção de urina durante a noite, condição conhecida como noctúria. Nesses casos, beber muita água perto da hora de deitar costuma piorar a fragmentação do sono.
Bebidas com cafeína e álcool também influenciam. Ambas estimulam a diurese e podem aumentar a vontade de urinar, além de interferirem na qualidade do sono. Por isso, o cuidado não envolve apenas a água, mas tudo o que é consumido nas horas finais do dia.
Distribuição da hidratação ao longo do dia
Mais importante do que o copo da noite é como a água é distribuída desde a manhã. Começar o dia bebendo água ajuda a ativar o organismo após horas de jejum e reduz a necessidade de ingerir grandes volumes no período noturno.
Outro momento indicado é cerca de 30 minutos antes das refeições. Um copo nesse intervalo auxilia a digestão e pode aumentar a sensação de saciedade, o que contribui para hábitos equilibrados. Ao longo da tarde, manter ingestões regulares evita chegar à noite com sede intensa.
Para quem tem sono leve ou bexiga sensível, uma estratégia simples é reduzir volumes maiores uma ou duas horas antes de deitar. Se a sede aparecer, a orientação costuma ser optar por pequenos goles, suficientes para aliviar o desconforto sem estimular o despertar.
Como encontrar o ponto de equilíbrio
Observar os sinais do corpo ajuda a ajustar o hábito. Boca seca, dor de cabeça ao acordar e urina muito concentrada podem indicar hidratação insuficiente ao longo do dia. Já acordar várias vezes à noite para urinar aponta excesso de líquidos perto do horário de dormir.
Quando o incômodo é frequente, vale procurar um médico. Pessoas com doença renal, insuficiência cardíaca ou que usam diuréticos precisam de orientações individualizadas. Na maioria dos casos, ajustes simples resolvem o problema sem medidas extremas.
No fim, a recomendação mais consistente é constância. Beber água regularmente durante o dia e manter moderação à noite costuma garantir hidratação adequada sem comprometer o sono adequada.
Fonte: Gazeta de São Paulo
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