Musculação para idosos garante independência funcional, além de melhorar a capacidade cardiorrespiratória e previne doenças ósseas
A caminhada é uma atividade física de baixo custo, fácil acesso e a mais praticada dentre os idosos. Entretanto, a transição fisiológica do envelhecimento exige algo além da caminhada. Sendo assim, a musculação, cientificamente conhecida como treinamento de força, é um exercício recomendado a todos, mas são os mais velhos quem mais se beneficiam com esta prática. Isso porque ela promove qualidade de vida e independência funcional, e melhora a capacidade cardiorrespiratória e muscular, prevenindo também doenças ósseas.
Musculação para idosos
Além disso, com o avanço da idade ocorrem declínios fisiológicos em alguns sistemas do corpo humano. Tais sistemas tanto podem impedir como limitar a mobilidade do idoso. As doenças que mais acometem o idoso são: Parkinson, artrose e osteoporose, sendo preciso fortalecer a musculatura e melhorar a mobilidade. Idosos acometidos com Parkinson geralmente não praticam exercícios físicos, mas é fundamental o fortalecimento da musculatura para ter uma redução dos sintomas. A artrose é a doença das articulações (juntas), tendo como características principais a dor, o rangido, os estalidos e limitação dos movimentos articulares, sendo os joelhos, coluna, mãos, pés, punhos e quadris as regiões mais comprometidas. Já a osteoporose se caracteriza pela desmineralização óssea. Portanto, quanto menor a mobilidade do idoso maior chance de aparecer essa fragilidade óssea.
Casos reais
Para José Wilson de Figueiredo, procurador federal do INSS de João Pessoa, passava quase oito horas digitando processos e muito tempo sentado por conta da rotina do trabalho. Com isso, desenvolveu dores na região lombar, dores no joelho, osteopenia e uma tendinite no ombro esquerdo, e passou por cirurgia. Após um tempo, a tendinite passou para o outro ombro.
Após consulta com reumatologista, o médico indicou pilates para reverter a inflamação e musculação para fortalecer a musculatura.
Em seguida, o doutorando em Educação Física, especialista em medicina desportiva, Janyeliton Alencar, comenta a evolução de José Wilson após a musculação.
“Depois de alguns meses de tratamento, as dores na lombar, joelho e ombros desapareceram. A limitação no ombro era mais funcional, já que a tendinite impedia alguns movimentos. Ele tinha estalos no joelho e muita dor nessa região. No decorrer do tratamento, Wilson foi ganhando força na musculatura e mobilidade. Hoje em dia, faz exercícios extremamente complexos para uma pessoa de 60 anos, trabalhando suas potencialidades ao máximo.”
Agora ele não sente dores, tem mais disposição e melhorou sua produtividade consideravelmente. Neste caso, Janyeliton Alencar explica os principais fatores que levam o indivíduo a desenvolver artrose.
“Pessoas que trabalham com atividades manuais ou realizam esforço repetitivo, muitas vezes, ficam impossibilitadas de fazer movimentos como a extensão da mão.”
Mineralização dos ossos
Para minimizar os sintomas da osteoporose e evitar sua evolução recomenda-se a prática de exercício físico, especialmente a musculação. O profissional explica que o treinamento de forças vai gerar uma mineralização do osso, fortalecendo o osso, por meio de impactos e torções promovidos pelo exercício.
“A contração muscular em si, já é um estímulo de torção no osso, consequentemente, tornando-o mais forte. Já o sistema muscular apresenta um declínio conhecido como sarcopenia, que é a perda da massa muscular, que vai reduzindo força, flexibilidade e função motora.”
Declínio fisiológico do organismo
Contudo, o principal benefício da musculação na velhice é que ameniza o declínio fisiológico do organismo.
“Muitas pessoas afirmam que a musculação é a fonte da juventude, pois reduz a aparência cronológica do corpo. Além de melhorar a condição física, previne doenças cardiovasculares e estabiliza doenças como osteoporose, artrite, Parkinson, sarcopenia, entre outras.”
Por fim, Janyeliton Alencar releva ser gratificante ouvir de seus alunos que estão recuperando a autonomia nesta fase da vida, após os primeiros meses de acompanhamento personalizado.
*Foto: Reprodução